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Se eu soubesse Que o tempo passa tao depressa Teria ficado para o chá Teria te dito que te amava E que não me importava Com as migalhas pelo chão Se eu soubesse Que o tempo passa tao depressa Teria remarcado a passagem Teria fotografado a viagem Teria criado coragem A verdade é que eu sabia E por medo, fingia Que o tempo não existia A culpa é do tempo, menino perdido Como tudo que tem pressa As vezes atropela, e as vezes passa batido.
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NUDEZ. Se você não me admira nua de títulos, de passado profissional e académico, de prémios e honras, de medalhas e de conquistas que me foram atribuídas por outras pessoas ou circunstancias, sob as quais eu tenho ou tive pouco ou nenhum controle, então, meu caro, sejamos sinceros, você não me admira.
MEDALHA - O QUE A MARATONA ME DEU. Quarenta e dois quilómetros correndo é muito tempo pra pensar. Pra pensar nos porquês. Pra pensar na jornada. Pra pensar no antes. Pra pensar no depois. Nos primeiros quilómetros, eu era só empolgação e na minha cabeça passava um filme rodado há muitos anos atras, quando eu não corria nem 700 metros. Meu ego e eu corríamos de mãos dadas. Eu seguia mais rápido do que nos treinos, imaginando ser imparável. Na metade da prova, pensei na jornada. Na consistência dos treinos, no comprometimento e nas concessões de tempo e de rotina que tive que fazer para realizar este sonho. A maratona não permite improvisos. O ritmo havia abrandado, eu já começava a me cansar, mas ainda seguia firme, orgulhosa e segura. Já no final da prova, bem cansada e ora correndo, ora andando, pensei em tudo que a corrida me deu: razoes para sair de casa e correr ao sol quando a solidão de estar em terra nova me convidava a ficar na sombra. A me fazer acreditar que eu podia, sim, d
FOG. Hoje eu acordei nublada. Neblina e chuva fina, daquelas que não molham mas esfriam e incomodam. Vendo o que estava próximo de mim, mas quase não enxergando alguns metros (ou meses) à frente. Acordei cinza e meu café tinha cheiro de saudade. Percebi as cores frias do outono, e tudo se preparando pra próxima estacão (ou próximas, que depois do inverno vem a primavera). Aquela sensação de estranhamento que sentimos depois que nos caem as folhas. Mas vi que amanha deve esquentar. E fazer sol de novo. Ainda bem.
Objects in mirror are closer than they appear. É Outubro Rosa, né? Faz o exame da mama, claro. Mas faz tambem o exame do espelho – se encara por 10 minutos. Voce com voce. Dez minutos inteiros, olhos nos olhos, sem roubar. Pára por um minuto pra lembrar quem é voce. Pensa em quanta coisa já realizou. Quantos pequenos sucessos já comemorou. A quantos fins do mundo já sobreviveu. Quantas vidas ja salvou, com um sorriso. Quantas vezes terminou o doutorado na vida do outro. Quantas vezes, togado, condenou e absolveu estranhos e conhecidos. Somos todos humanos, né? Tá tudo bem. Aliás, quer um conselho? Para tudo e vai se olhar no espelho. (Pensando melhor, se conselho fosse bom, a gente vendia).
AMO MUITO TUDO ISSO. Não sou escritora. Eu escrevo. São coisas diferentes. Escritor e profissão, escrever e vocação. Ainda que tivesse todo o dinheiro do mundo, toda a fama e todo o reconhecimento em qualquer profissão ou papel, ainda assim, eu escreveria. Ainda que ninguém lesse, ainda que ninguém gostasse, ou comentasse. Ainda que o caderno ficasse trancado no armário da cabeceira, eu escreveria. É na entrega de se fazer com paixão (tanta, mas tanta, que é quase uma obrigação) o que se ama que mora a verdadeira realização. Tem gente que ama o aplauso ou a recompensa. Eu amo o processo.